domingo, 26 de janeiro de 2014
Danger capitulo 8
Eu odeio minha vida.
Quando finalmente consegui minha liberdade de volta, eu a vejo ser tirada de mim mais uma vez, desta, pelos meus pais.
Quando eu pensava que poderia aproveitar o dia para simplesmente esquecer o que aconteceu, algo como ser pega por eles tinha de acontecer. Juro, eu tenho problemas em me esconder. Primeiro Justin havia me visto e agora meus pais me pegaram entrando de fininho.
E agora você deve estar se perguntando o que aconteceu e bem, para simplificar tudo, digamos que… eu sou um monte de merda.
- Onde você esteve, mocinha?
Aquelas palavras atravessaram meus ouvidos várias vezes, fazendo meu estômago ir parar no chão. Fechando meus olhos, eu me amaldiçoei. Abrindo apenas um dos olhos, me virei para ver meus pais sentados no sofá.
Mentalmente, eu me chutei no rosto.
- Eu, bem… – fiz uma pausa – Veja… é uma história engraçada. – gargalhei um pouco, tentando aliviar a tensão, mas não pareceu funcionar.
Ao invés disso, seus rostos se contorceram ainda mais pela raiva.
- Oh? – Minha mãe ergueu uma sobrancelha quase no topo da sua testa. – Divirta-nos! – Ela cruzou os dedos no topo das suas pernas agora cruzadas.
Eu mordi meu lábio, olhando para o meu pai, com quem era geralmente mais fácil conversar.
Ele me olhou, balançando a mão na minha direção.
- Vá em frente, sua mãe e eu estamos esperando.
Mordi o interior da minha bochecha. Exagerei pensando que ele me ajudaria nessa.
Respirando fundo, eu vasculhei meu cérebro por uma mentira que pudesse contar a eles. Contar a verdade estava fora de cogitação. Eu estaria morta em menos de cinco segundos se contasse. Além do mais, eu dei minha palavra.
- Eu estava na casa da Carly.
A expressão de minha mãe se suavizou um pouco, mas ainda havia um olhar tomado pela raiva.
- E o que você estava fazendo lá tão tarde da noite? – Ela importunou.
Lambi os lábios.
- Ela precisava de um amigo para conversar, mãe. O namorado terminou com ela e ela precisava ser confortada.
Não era uma péssima mentira. Vamos ver se ela vai acreditar.
- Entendo. – Ela passou uma mão por entre seus cabelos – E desde quando Carly tem namorado?
- Fazia um mês. Vocês não tiveram a chance de conhecê-lo, Carly estava planejando apresentar todo mundo, mas ele terminou com ela antes que ela tivesse a chance.
Juro, eu deveria ganhar um Emmy por isso. Eu sou muito boa.
- Por que não poderia esperar até amanhã? Eu entendo que ela é sua amiga…
- Melhor amiga. – eu o corrigi e ele revirou os olhos.
- Eu entendo que ela é sua melhor amiga, mas correr para lá no meio da noite? Como pode ser tão descuidada, Kelsey? Criamos você melhor do que isso. – Ele balançou a cabeça em descontentamento.
- Você poderia ter sido sequestrada, ou pior, – Minha mãe jogou as mãos no ar – Morta! – Ela gritou.
Oh, a ironia de tudo isso.
- Mãe ,– suspirei – Carly mora a alguns quarteirões daqui. Não é como se ela morasse do outro lado da cidade! Além disso, eu corri. Não tinha como ninguém me pegar, mesmo se quisesse.
Ela balançou a cabeça, sabendo que em parte eu estava certa, mas ainda assim, para ela, eu estava errada.
- Ainda assim, Kelsey. Eu criei você direito. Quando você achou que sair correndo no meio da noite sem nos deixar um bilhete ou nos acordar para dizer onde estava indo era certo?
Suspirei. Tudo o que eu queria era ir para minha cama e esquecer que essa noite aconteceu, mas os meus benditos pais tinham que fazer esse discurso sobre algo que eu não dou a mínima.
- Eu sei e eu sinto muito. – fiz um biquinho, entristecendo meus olhos.
Ela suspirou.
- Ainda não é o suficiente, Kelsey. Você podia ter morrido hoje só por ter sido tão descuidada. – Ela balançou a cabeça.
- Prometo que não vai acontecer de novo. – supliquei desesperada. Eu sabia para onde essa conversa estava indo e realmente não queria que acontecesse.
- Oh, nós sabemos que não vai. – Meu pai falou enquanto sentava na beirada do sofá – Porque você está de castigo por uma semana.
Eu não conseguia acreditar no que eu estava ouvindo. Quer dizer, claro que eu sabia que me meteria em problemas, mas ficar de castigo? Por uma semana?!
- O que?! – gritei em choque – Isso não é justo!
- Sim, é justo! – Minha mãe cuspiu – Sorte a sua que não vai ficar um mês pelo o que fez.
Eu gemi.
- Isso não é justo! – bati meu pé no chão.
Eu não ligo se estou agindo feito um bebê nesse ponto. Não ligo. Revirando os olhos, gritei antes de girar nos calcanhares e correr escadas acima, para o meu quarto.
E aqui estou agora. Presa no meu quarto, infeliz. Oh, poucas as coisas que eu não faria pela pessoa que me tirasse desse inferno.
Logo depois, meu celular vibrou e minha cabeça se virou para procurá-lo. Olhando para o teto, eu fechei os olhos.
“Valeu, Deus”
Murmurei antes de me apressar e pegá-lo, esperando ver o nome de Carly, mas para o meu desânimo, um número desconhecido apareceu.
Suspirando, eu cliquei na mensagem e o que eu vi me pegou com a guarda baixa.
De: Desconhecido
Como foi? – Justin
Ele realmente mandou uma mensagem? Que mundo é esse? Pensei em uma resposta rápida, apertando “enviar”.
Para: Esquisito
O que quer dizer?
Eu sorri para o nome que dei à ele em meus contatos.
Alguns segundos depois meu celular vibrou.
De: Justin
Com seus pais. Eles ficaram bravos?
Para: Esquisito
Uma semana digna de tortura.
De: Justin
Ouch, foi mal.
Para: Esquisito
Sim, sim.
De: Justin
Então?
Para: Esquisito
?
De: Justin
Está a fim de quebrar as regras de novo?
Eu ergui uma sobrancelha, me perguntando se ele falava sério ou se só estava brincando comigo.
Para: Esquisito
Depende do que se trata.
De: Justin
Olha pela janela, boo.
Uni minhas sobrancelhas em confusão. Largando meu celular, eu caminhei até minha janela cuidadosamente. Quando a abri e olhei para o lado de fora, lá estava ele, encostado em seu carro.
Quando ele olhou para cima e viu que eu o havia visto, sorriu, acenando. Revirei os olhos, pegando meu celular para responder à ele.
Para: Esquisito
Se meus pais virem você, você tá morto. Sabe disso, certo?
De: Justin
Se eu me importasse com o que os outros pensam, eu não estaria aqui agora. Além disso, você não vive falando sobre viver e tal? Prove. Me mostre do que você é feita, baby.
Minhas bochechas esquentaram com aquela palavra de flerte que ele havia me chamado.
Eu sorri mais uma vez ao reler a mensagem. Se ele pensou, por um segundo, que minha personalidade não é a que eu prego, ele vai mudar de ideia. Pegando minha jaqueta, eu caminhei até minha janela, abrindo-a antes de jogar minhas pernas para fora, caindo na varanda.
Segurando no corrimão da varanda, deslizei cuidadosamente antes de pular e pousar graciosamente no chão.
Endireitando minhas roupas, caminhei até um Justin que parecia se divertir com a situação.
Sorri
- Você estava dizendo…
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